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Como Socializar um Cão
(e erros que lhe estão a dificultar a aprendizagem)

A socialização canina é o processo através do qual um cão se habitua a um determinado estímulo, seja ele visual, auditivo, olfativo ou outro.

Dizemos que um cão está socializado a um determinado estímulo quando este age de forma calma e positiva ou neutra na presença do mesmo, independentemente da intensidade com que este é apresentado.

Neste artigo aprenderás:

O que é socialização Canina?

A socialização canina é o processo através do qual um cão se habitua a um determinado estímulo, seja ele visual, auditivo, olfativo ou outro.

Dizemos que um cão está socializado a um determinado estímulo quando este age de forma calma e positiva ou neutra na presença do mesmo, independentemente da intensidade com que este é apresentado.

A que tipos de estímulos devo socializar o meu cão?

Tudo aquilo que com que o cão se depara na sua vida é considerado um estímulo.

Isto inclui, mas não fica limitado a:

  • Objetos
  • Ruídos – (fogo de artifício, barulhos típicos da casa como aspiradores e tachos a bater, tempestades, carros e motas)
  • Pessoas – bebés, crianças e adultos, homens e mulheres, de diferentes raças, tamanhos, deficiências, bem como a utilizarem adereços como chapéus e máscaras)
  • Outros cães – cachorros, cães grandes e pequenos, energéticos e calmos, machos e fêmeas, quer castrados/esterilizadas, quer inteiros (sem qualquer alteração aos seus orgãos reprodutivos) 
  • Outros animais – Aqueles que é previsível que encontre durante a sua vida. Pássaros e gatos são os mais comuns em Portugal, mas deverás socializar de acordo com aquilo que é previsível que o cão se vá deparar. Se costumas passar férias numa zona com cavalos ou esquilos, deverá socializar o seu cão também a estes animais)

Como socializar um cão / Princípios da socialização canina

Segue estes passos para garantires que o teu cão lida com os estímulos de forma forma positiva, calma e controlada:

  • Controla a intensidade do estímulo – Controla a distância a seres e objetos de forma ao teu cão os ver, mas não ligar muito. Se o teu cão se fixar no estímulo, estás perto demais.
  • Torna a experiência calma e positiva – O ideal é que o cão esteja calmo e que crie a associação de que acontecem coisas boas quando surge determinado estímulo (a forma mais típica de o fazer é através de comida).
  • Foco no dono – Recompensa quando o teu cão escolhe dar-te atenção e ignorar o estímulo. “Quando vejo um cão e olho para o meu dono, ele dá-me comida! Vou fazer isto sempre que vejo um cão”
  • O comportamento do cão dita o ritmo da intensidade do estímulo – Quem decide se o estímulo está demasiado perto não és tu, é o cão. Se queremos criar cães que se foquem no dono, temos de lhes dar margem de habituação. Vai-te aproximando gradualmente, focando-o cão em ti. A seu tempo irás passar junto ao estímulo e o teu cão nem vai querer saber, porque já praticou 1000 vezes e a recompensa veio do dono, não do cão do vizinho, nem da mota na estrada.

Exposição VS Socialização / Intensidade dos Estímulos

Existe um argumento, com o qual a Prime K9 concorda, que o termo socialização é incorreto (ou pelo menos, erradamente utilizado pela população em geral).  O processo mais apropriado é “exposição controlada”.

Quando o nosso objetivo é tornar um cão habituado a determinado estímulo, a intensidade do mesmo, na fase de habituação, deverá ser controlado e aumentado gradual e subtilmente, sob pena de estarmos a condicionar o cão para o contrário do que queremos (ou seja, torná-lo mais sensível ao estímulo, provocando reações cada vez exageradas e desproporcionais).

Aliás, sendo o principal objetivo que o cão ignore o estímulo em questão e se foque em nós, é essencial que o mesmo nem ligue ao estímulo em causa (ou que olhe para ele brevemente e ignore).

Ignorar este princípio marca o começo da reatividade e reações exageradas que vemos em muitos cães. Quantos cães são despejados para brincar nos parques de cães, e ficam altamente sensíveis à presença de outros cães no dia-a-dia, quer pela sobreexcitação (“brincar com outro cão é a coisa mais divertida do mundo, sempre que vir um cão quero ir brincar com ele. Afinal de contas, é a minha coisa preferida!”), quer pelo medo sentido na presença de outros cães cujos donos ignoram ou simplesmente não sabem ler. 

Devo utilizar as Puppy Classes?

As puppy classes (ou aulas de socialização para cachorros) podem ser positivas ou negativas, dependendo de como são conduzidas. 

  • Puppy classes que deves evitar – Locais onde deixas o teu cão para livremente, sem a presença do dono e com supervisão mínima.
  • Puppy classes que têm muitos benefícios para o teu cão – Aquelas com a presença do dono, mix saudável entre brincar com outros cães e foco no seu dono, correção de brincadeiras inapropriadas com o objetivo de os ensinar a ler a linguagem corporal dos outros cães. Poderão ainda apresentar socialização a estímulos específicos, como aqueles anteriormente apresentados.

Período Crítico de Socialização nos Cachorros

Existe um período entre as 5 e as 12 semanas de vida dos cachorros denominado “período de socialização crítico”. 

Durante este período, os cachorros não têm medo de nada (a menos que já tenham passado por situações traumáticas). Devemos utilizar este período ao máximo a nosso favor para o socializar a tudo o que nos lembrarmos.

As experiências vividas durante este período são adquiridas de uma forma muito mais intensa e duradoura do que quando são adultos – com efeitos marcantes para o resto da vida do cão.

Se a socialização durante este período for feita da forma correta é muito provável que o cão venha a ser equilibrado na sua vida adulta (assumindo, naturalmente, uma correta gestão e uma vida estimulante e saudável no decorrer da vida do cão).

O período crítico de socialização termina quando o cão entre na “fase de medo”, em que tem apresenta reações de medo a tudo o que não conhece. Devemos, especialmente nesta fase de medo, socializar com muita calma para não assoberbar o cão e torná-lo mais sensível ao estímulo em questão.